Estudo Bíblico Como Lidar Com a Prosperidade

Gênesis 41.1-49


1. INTRODUÇÃO

A vida de José dos 17 aos 39 anos, foi predominantemente caracterizada pela adversidade. Lidava com um problema, via uma luz brilhando, depois chocava-se com outra dificuldade de proporções ainda maiores. Soube o que era estar na “fornalha da aflição” de Deus, e saiu puro como ouro! Com aproximadamente 30 anos, houve uma dramática transformação nos eventos de sua vida. Foi arremessado a uma prosperidade instantânea. A partir daí, ela caracterizou seu estilo de vida. Que “virada”! Lidou com a prosperidade de modo divino e gracioso, exatamente como fez na adversidade. Esse homem continua a nos ensinar.

Se há algo mais difícil de tratar do que a adversidade e o fracasso, é a prosperidade e o sucesso. A adversidade é difícil para um homem, e para cada um que pode lidar com a prosperidade, há centenas que podem trabalhar com a adversidade.

Observemos cuidadosamente a José, com a perspectiva de entender como lidar com o sucesso.

2. O SUCESSO DE JOSÉ

Há muitos símbolos de sucesso e prosperidade que José recebeu de Faraó. Vamos considerar alguns desses:

1.1. Segundo no Comando Egípcio (Gênesis 41.40,41). Esta era uma posição de grande autoridade. José a possuía financeiramente e territorialmente de modo ilimitado. Todas as riquezas do Egito eram suas.

1.2. Anel de Sinete (Gênesis 41.42a). Faraó colocou seu próprio anel de sinete na mão de José. Usando-o poderia fazer quaisquer transações que desejasse. Sua autoridade pública era absoluta. Não tinha limites. O anel possibilitava ao possuidor, autoridade para assinar documentos como se fosse o próprio rei.

1.3. Roupas de Linho Fino (Gênesis 41.42b). Eram roupas que significavam prestígio e prosperidade.

1.4. Colar de Ouro (Gênesis 41. 42c). Outro símbolo de autoridade. Denotava distinção e marca especial do favor real.

1.5. Segundo Carro (Gênesis 41. 43). Esta carruagem devia ser impressionante na aparência, chamando a atenção de todos os que a viam. Certamente possuía todos os acessórios e luxo disponíveis na época.

1.6. Reconhecimento e Adulação (Gênesis 41.43). “…Clamavam diante dele: lnclinai-vos” Que poder e prestígio, passar na rua com vestimentas esplêndidas, na segunda carruagem de todo o Egito e ter o povo ajoelhado por todos os lados!

1.7. Poder (Gênesis 41.44). “… sem a tua ordem ninguém levantará mão ou pé em toda a terra do Egito”. Que influência! Isto é que muitos homens almejam e trabalham duramente para atingir. É o auge! As melhores possessões, recursos ilimitados, reconhecimento e poder! Ele tinha tudo isso!

1.8. Um Novo Nome (Gênesis 41.45). Este nome foi dado a José com o intuito de “torná-lo” egípcio e elevar sua posição já exaltada. Nada foi deixado para trás! Além dos símbolos de prosperidade já mencionados, Deus também o prosperou e abençou das seguintes maneiras: deu-lhe uma esposa (Gn 41.45b), dois filhos (Gn 41.50), reconciliação com os irmãos (Gn 45.1-7), reencontro com o pai (Gn 46.29,30) e sucesso na liderança (Gn 41.46-57).

Nada faltava a José. O mais surpreendente é que todo prestigio e afluência que, repetidamente experimentou, aparentemente não o corrompeu. Permaneceu profundamente íntegro e comprometido com Deus. Era de fato um homem atípico. Esta não é a forma como tudo realmente funciona, em especial quando acontece tão repetidamente e a alguém tão jovem. Clarence Macartney escreve sobre o modo como José reagiu ao progresso: José agora é tentado pela prosperidade. É uma provação maior que a adversidade. O homem que herdou a fortuna corre maior risco moral do que aquele que a perdeu: Nações em tempos prósperos enfrentam mais perigo que nos tempos da adversidade. Já ouvi líderes judeus expressarem o medo de que prosperidade e riqueza do povo hebreu nos Estados Unidos possam causar mais danos que as perseguições sofridas em outros países.

3. COMO JOSÉ SUPORTOU A PROSPERIDADE?

Quais são os segredos? Há verdades básicas que necessitam ser constantemente mantidas em mente, a fim de evitar que sejamos enlaçados e destruídos pelo engodo das riquezas. Há algumas coisas claras e básicas que não devemos fazer e outras que devemos. Agir dentro desses princípios fará com que sejamos livres para usufruir e tratar corretamente a prosperidade, para a glória de Deus.

2.1. Prosperidade não deve ser nossa principal meta

Não há indicação bíblica de que José procurasse o poder. Este nunca foi seu alvo. O objetivo era honrar ao Senhor. Tentava ser um servo fiel, não buscando prosperidade para si mesmo. Estou certo de que José estava mais espantado que qualquer um pela maneira como prosperava repentina e inesperadamente. A nossa meta deve ser sempre a fidelidade a Deus.

2.2. Não confiar na Prosperidade

“Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1 Timóteo 6.17).

Quando chegar a prosperidade, agradeça a Deus; mas não coloque sua confiança nela. A prosperidade pode desaparecer tão repentinamente como surgiu. Muitos homens passaram do estado de milionários para o de devedores da noite para o dia.

2.3. Não orgulhar-se dela

Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para vos preservara vida por um grande livramento. Assim não fostes vós que me enviastes para cá, e sim, Deus, que me pôs por pai de Faraó, e o senhor de toda a sua casa, e como governador em toda terra do Egito. Apressai-vos, subi a meu pai, e dizei-lhe: Assim manda dizer teu filho José: Deus me pôs por senhor em toda terra do Egito: desce a mim, não te demores. Habitarás na terra de Gósen e estarás perto de mim, tu, teus filhos, os filhos de teus filhos, os teus rebanhos, o teu gado, e tudo quanto tens (Gênesis 45.7-10).

Como podemos ter orgulho de algo que veio diretamente do Senhor? Qualquer habilidade, inteligência ou oportunidade são resultados diretos da graça do Pai Celestial. Uma compreensão e reflexão destas verdades nos manterão humildes e dependentes do Deus Vivo.

2.4. Sentir Culpa

Exorta aos ricos… é Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento (1 Timóteo 6.17).

Isto não significa que Deus lhe dá prosperidade para ser utilizada leviana e gananciosamente para si mesmo.Ele a concede pela graça, para que você usufrua dela e use para sua glória. Em sua humildade, não exagere, se desculpe ou sinta-se culpado pela prosperidade. Conheço pessoas que o Senhor tem prosperado, mas não conseguem desfrutar das bênçãos devido às próprias hesitações.

4. CONCLUSÃO

José é um exemplo ou um modelo bíblico para cada um de nós, acerca de como se deve agir na prosperidade. E com José aprendemos que devemos dar crédito e glória a Deus por todo o sucesso.

É isto que José reconhece: “Deus me fez próspero na terra da minha aflição (Gênesis 41.52). Assim não fostes vós que me enviastes para cá, e, sim, Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” (Gênesis 45.8).

Note a repetida ênfase de que o próprio Deus o enviara para o Egito. Durante toda a sua vida, José entendeu e reconheceu o domínio providencial do Senhor. Sabia que a prosperidade e a presente posição vinham claramente da mão do Pai celestial, para que seus propósitos soberanos se cumprissem. O Senhor o elevou, não era um vencedor por esforço próprio. José deu crédito a quem de direito.

| Autor: Pastor Josias Moura | Divulgação: estudosgospel.com.br |